Transtorno de Ansiedade por Juliana Galhardi Martins CID 11 6B0

Transtornos de Ansiedade – Conceito, Histórico, Clínica, Epidemiologia e Psicobiologia | Prof. Dr. Márcio Bernik | Curadoria: Juliana Galhardi Martins
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Transtornos de Ansiedade – Conceito, Histórico, Clínica, Epidemiologia e Psicobiologia

Artigo técnico com rigor científico, baseado em CID-11 e DSM-5-TR, com evidências atualizadas (2022–2025).

Docente de referência: Prof. Dr. Márcio Bernik (FMUSP/IPq – AMBAN) — Perfil FAPESPEntrevista IPq
Autora, Curadoria científica e SEO: Juliana Galhardi Martins – Psicóloga & Neuropsicóloga (CRP 06/76313)

1) Introdução e Conceito

A ansiedade é uma emoção universal e adaptativa que prepara o organismo para enfrentar ameaças reais ou percebidas. Quando moderada, impulsiona foco e desempenho. Porém, quando sua intensidade e duração excedem os limites da autorregulação, configura-se um transtorno ansioso, com sofrimento subjetivo e prejuízo funcional.

De acordo com o Prof. Dr. Márcio Bernik, coordenador do Programa de Ansiedade do IPq-HC-FMUSP, é essencial compreender a ansiedade em um continuum que vai do estado normal à patologia clínica. Essa compreensão, reforçada pelo CID-11 e pelo DSM-5-TR, favorece diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados.

Infográfico — Continuum da Ansiedade

Ansiedade Saudável
homeostase
motivação e preparo
Alerta
hipervigilância
atenção elevada
Patológica
sofrimento
preocupação persistente
Transtorno
prejuízo
evitação e disfunção
AdaptativoAlerta PatológicoIntervenção
Fontes: OMS – CID-11 (2022); APA – DSM-5-TR (2022); Bernik M. (AMBAN/IPq, 2023); Frota et al., J Health Biol Sci (2022).

2) Histórico e Evolução Científica

O conceito de ansiedade percorreu séculos entre as “neuroses” até se consolidar como categoria clínica independente. O DSM-III (1980) marcou a virada diagnóstica, separando os transtornos ansiosos das neuroses gerais. As versões atuais — DSM-5-TR (2022) e CID-11 (2022) — promovem aproximação terminológica e ênfase dimensional, reconhecendo diferentes espectros de gravidade e manifestações fisiológicas e cognitivas.

Nota: Essa evolução melhora a precisão diagnóstica, a comunicação interdisciplinar e as políticas de saúde mental.
Fontes: Frota et al. (2022); Kapczinski & Quevedo (Artmed, 2011); American Psychiatric Association (2022).

3) Características Clínicas e Diagnóstico

Os transtornos de ansiedade são caracterizados por medo ou apreensão excessivos, com sintomas autonômicos, cognitivos e comportamentais. Os critérios do DSM-5-TR e as descrições clínicas do CID-11 convergem em pontos essenciais, mas diferem em estrutura: enquanto o DSM define critérios operacionais, o CID descreve dimensões clínicas e diretrizes terapêuticas.

Exemplos diagnósticos

  • TAG – preocupação excessiva ≥ 6 meses;
  • Fobia social – medo de avaliação negativa;
  • Transtorno do pânico – ataques súbitos de medo intenso;
  • Fobias específicas – medo desproporcional a objetos/situações;
  • Ansiedade de separação – sofrimento exagerado ao afastar-se de figuras de apego.

Indicadores de gravidade

  • Intensidade e duração dos sintomas;
  • Nível de evitação e impacto ocupacional/social;
  • Comorbidades (depressão, abuso de substâncias);
  • Risco de ideação e perda de controle emocional.
Fontes: APA – DSM-5-TR (2022); OMS – CID-11 (2022); Castillo et al., Rev Bras Psiquiatr (2000).

4) Epidemiologia e Prevalência

No Brasil, estudos mostram prevalência-ano de cerca de 20% e ao longo da vida de 28% para os transtornos ansiosos (Mangolini et al., USP/IPq). As mulheres são mais afetadas, e a persistência dos sintomas sugere alta carga de sofrimento e impacto funcional prolongado.

Indicadores-chave no Brasil

Prevalência
~20 % (ano) | ~28 % (vida)
Comorbidades
Depressão, dor crônica e abuso de substâncias
Fontes: Mangolini VI et al. (Rev Med São Paulo, 2019); Bernik M. (IPq, 2023).

5) Psicobiologia da Ansiedade

A ansiedade envolve redes neurais complexas: amígdala, hipocampo, córtex pré-frontal e ínsula compõem o circuito do medo e da saliência. Neurotransmissores como GABA, serotonina e noradrenalina modulam a resposta ao estresse. O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) participa da liberação de cortisol e da retroalimentação do estresse.

Rede do medo

  • Amígdala: detecção rápida da ameaça
  • Hipocampo: memória contextual
  • CPF: regulação emocional

Neuroquímica

  • GABA/5-HT: equilíbrio inibitório-excitatório
  • Cortisol: marcador endócrino da ansiedade crônica
Fontes: Kapczinski et al. (Artmed, 2011); AMBAN – Neurofisiologia da Ansiedade (2023).

6) Intervenção e Neuroreabilitação

Segundo o Prof. Bernik, o tratamento precoce previne cronicidade e comorbidades. A Terapia Cognitivo-Comportamental apresenta a maior base de evidências para ansiedade, com foco em reestruturação cognitiva e exposição gradual. Intervenções neuropsicológicas complementam o manejo, monitorando funções executivas, atenção e memória de trabalho.

Fontes: IPq-HC/FMUSP (2023); MPPI Guia Prático para Controlar a Ansiedade (2020).

7) Conclusão

A ansiedade é multifatorial, resultado da interação entre vulnerabilidades biológicas, cognições disfuncionais e fatores sociais. O alinhamento entre CID-11 e DSM-5-TR fortalece a prática clínica baseada em evidências. Com educação em saúde mental e protocolos de neuroreabilitação, é possível restaurar o equilíbrio emocional e cognitivo.

Fontes: OMS (2022); APA (2022); Bernik M. (2023).

8) Professor homenageado – Prof. Dr. Márcio Antonini Bernik

Médico psiquiatra, professor da FMUSP, coordenador do Programa de Ansiedade do IPq-HC e membro da AMBAN. Mais informações em seu perfil FAPESP e na entrevista IPq-HC.

10) Agende sua Consulta

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12) Referências

  • Frota IJ, Moura Fé AAC, de Paula FTM, et al. J Health Biol Sci. 2022;10(1):1–8.
  • Mangolini VI, Andrade LH, Wang YP. Rev Med São Paulo. 2019;98(6):415–22.
  • Kapczinski F, Quevedo J, Izquierdo I, et al. Bases Biológicas dos Transtornos Psiquiátricos. Artmed; 2011.
  • APA. DSM-5-TR. American Psychiatric Association; 2022.
  • OMS. ICD-11. Geneva: WHO; 2022.

🪶 Assinatura Profissional

Juliana Galhardi Martins
Psicóloga & Neuropsicóloga – CRP 06/76313

Autora da coleção Tecnologia Emocional e especialista em Neuroreabilitação Cognitiva Digital.


💠 Parcerias Científicas

Conteúdo com curadoria científica e autoria de Juliana Galhardi Martins, reconhecida por sua atuação em Neuropsicologia, Neurociência Clínica e Saúde Digital.
Artigo otimizado.

Quadro Comparativo — Transtornos de Ansiedade

CID-10 × CID-11 × DSM-5-TR — com critérios essenciais, mapeamento e microexplicações.

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CID-10 CID-11 DSM-5-TR

CID-10 ℹ️

F40–F41 • Enfoque em transtornos neuróticos e fóbicos
F41.1 Transtorno de Ansiedade Generalizada

Preocupação persistente, sintomas autonômicos; modelo categorial.

F41.0 Transtorno de Pânico

Ataques recorrentes de pânico com sintomas autonômicos intensos.

F40.1 Fobia Social

Medo de avaliação negativa em situações de desempenho/contato social.

F40.2 Fobia Específica

Medo desproporcional e evitativo de objeto/situação específicos.

F40.0 Agorafobia

Medo de locais de difícil fuga/ajuda; pode ocorrer com/sem pânico.

F93.0 Ansiedade de Separação

Tradicionalmente descrita na infância/adolescência.

CID-11 ℹ️

6B0 • “Anxiety or fear-related disorders” • Abordagem dimensional
6B00 TAG
Ver critérios essenciais

Ansiedade/preocupação excessivas, difíceis de controlar, múltiplos domínios, sintomas físicos. Persistência clínica.

6B01 Transtorno de Pânico
Ver critérios essenciais

Ataques de pânico recorrentes e inesperados + ansiedade antecipatória/evitação.

6B03 Ansiedade Social
Ver critérios essenciais

Medo intenso de avaliação por outros; prejuízo ocupacional/relacional.

6B04 Fobia Específica
Ver critérios essenciais

Medo desproporcional circunscrito; evitação; sofrimento clínico.

6B02 Agorafobia
Ver critérios essenciais

Medo/evitação de contextos de difícil escape/ajuda; intensidade e persistência definem gravidade.

6B05 Ansiedade de Separação
Ver critérios essenciais

Ansiedade excessiva diante de separação de figuras de apego; reconhecida em todas as idades.

6B0Y/6B0Z Outros/Não especificados

Uso quando apresentação não se enquadra totalmente nas categorias acima.

DSM-5-TR ℹ️

Capítulo: Anxiety Disorders • Critérios operacionais
GAD Generalized Anxiety Disorder
Ver critérios essenciais

Preocupação excessiva (≥6 meses), difícil de controlar, com ≥3 sintomas (inquietação, fadiga, tensão, sono etc.).

Panic Panic Disorder
Ver critérios essenciais

Ataques de pânico recorrentes e inesperados + preocupação/evitação persistente.

SAD Social Anxiety Disorder
Ver critérios essenciais

Medo persistente de situações sociais com avaliação; duração típica ≥6 meses; prejuízo.

Specific Specific Phobia
Ver critérios essenciais

Medo/evitação imediata a estímulo específico; persistente; desproporcional; prejuízo claro.

Agoraph. Agoraphobia
Ver critérios essenciais

Medo de ≥2 situações (transporte, espaços abertos/fechados, filas/multidões, fora de casa sozinho); evitação.

Sep. Anxiety Separation Anxiety Disorder
Ver critérios essenciais

Ansiedade desproporcional ao separar-se de figuras de apego; não restrito à infância.

Other/Unsp. Other/Unspecified Anxiety

Categorias residuais para apresentações atípicas.

Comparativo Clínico — Transtornos de Ansiedade

Critérios diagnósticos comparativos entre CID-10, CID-11 e DSM-5-TR. Passe o mouse ou toque sobre os nomes para visualizar as descrições clínicas.

Transtorno CID-10 CID-11 DSM-5-TR
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) F41.1 6B00 Transtorno de Ansiedade Generalizada
Transtorno de Pânico F41.0 6B01 Transtorno de Pânico
Fobia Social / Ansiedade Social F40.1 6B03 Transtorno de Ansiedade Social
Fobia Específica F40.2 6B04 Fobia Específica
Agorafobia F40.0 6B02 Agorafobia
Ansiedade de Separação F93.0 (infância) 6B05 Transtorno de Ansiedade de Separação
Outros / Não Especificados F41.9 6B0Y / 6B0Z Outros Transtornos de Ansiedade / Não Especificados
Fontes: Organização Mundial da Saúde — CID-11 (2022); American Psychiatric Association — DSM-5-TR (2022); Bernik, M. IPq-HC FMUSP — Programa de Ansiedade (2023).

Linha do Tempo Diagnóstica — Transtornos de Ansiedade

Evolução clara e sem sobreposição dos marcos nos sistemas OMS (CID) e APA (DSM). Toque/hover nos títulos para ver detalhes.

CID (OMS)DSM (APA)

CID — Organização Mundial da Saúde

CID-6 (1948) Base sanitária global
CID-9 (1975) Revisão psiquiátrica
CID-10 (1992) F40–F41 (neuroses)
CID-11 (2022) 6B0 (ansiedade/medo)

DSM — American Psychiatric Association

DSM-I (1952) Reações neuróticas
DSM-III (1980) Revolução diagnóstica
DSM-IV (1994) Refinamento
DSM-5 (2013) Reorganização
DSM-5-TR (2022) Revisão textual

Referências essenciais

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