Caso Clínico: Avaliação Neuropsicológica de TDAH no Adulto

O que está acontecendo?

Paciente de 34 anos busca avaliação neuropsicológica relatando desatenção persistente, dificuldade de organização no trabalho e impulsividade no dia a dia. Refere prejuízos crescentes nas relações sociais e na performance profissional.

Quais os prejuízos e perdas funcionais?

O paciente apresenta dificuldades em manter foco em tarefas longas, esquecimento frequente de compromissos importantes e tomadas de decisão impulsivas, prejudicando seu desempenho profissional e relações familiares.

Áreas de melhor desempenho e funcionalidade:

Apesar das dificuldades, o paciente mantém boa capacidade de expressão verbal, criatividade acima da média e excelente resolução de problemas em ambientes que exigem ação rápida.

Como evoluiu até aqui?

Os sintomas iniciaram na infância, mas sem diagnóstico formal. Na vida adulta, os prejuízos se intensificaram, especialmente diante de novas exigências no ambiente de trabalho e em estudos de pós-graduação.

Histórico de saúde:

Não há doenças neurológicas ou psiquiátricas prévias formalmente diagnosticadas. Relata episódios isolados de ansiedade e insônia nos últimos anos.

Histórico familiar:

Mãe e irmão mais novo com relatos de comportamento impulsivo e desatenção na infância, sugerindo predisposição genética.

Histórico educacional:

Histórico de dificuldades escolares em organização e cumprimento de prazos, compensadas parcialmente por esforço pessoal e apoio familiar.

Histórico profissional:

Carreira com mudanças frequentes de emprego, dificuldade de adaptação a rotinas fixas e excelente desempenho em funções que exigem inovação e dinamismo.

Informações complementares de saúde:

Exames clínicos recentes dentro da normalidade. Não faz uso contínuo de medicamentos. Não há relatos de uso abusivo de substâncias.

📋 Avaliação Neuropsicológica

A avaliação foi realizada com bateria de testes neuropsicológicos validados e escalas específicas para TDAH em adultos. Foram analisados:

Atenção sustentada e seletiva,

Memória operacional,

Funções executivas (planejamento, organização, autocontrole),

Perfil emocional e comportamento adaptativo.

Resultado: O paciente preenche critérios diagnósticos para TDAH (CID-11, código 6A05), com predomínio do subtipo desatento, associado a traços impulsivos.

🔎 Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de TDAH na vida adulta requer:

História clínica detalhada (presença dos sintomas desde a infância),

Avaliação neuropsicológica robusta,

Exclusão de outras condições médicas ou psiquiátricas que possam mimetizar os sintomas,

Confirmar prejuízos funcionais em diferentes contextos (social, acadêmico e profissional).

A Avaliação Neuropsicológica é considerada o padrão ouro para diagnóstico formal, apoiando a decisão clínica com dados objetivos.

🧡 TDAH como Deficiência Oculta e Aposentadoria

O TDAH é reconhecido como deficiência invisível ou deficiência oculta em diversos países, incluindo o Brasil, especialmente nos casos em que há impacto significativo na funcionalidade diária.

No Brasil, a legislação permite que pessoas com deficiência oculta, incluindo TDAH severo, solicitem:

Benefícios de assistência social (LOAS/BPC),

Adaptações no ambiente de trabalho,

Priorização em processos seletivos para PCD (Pessoa com Deficiência),

Em situações específicas, aposentadoria especial ou revisão de aposentadoria em casos de incapacidade laboral comprovada.

Importante: A concessão depende da comprovação dos prejuízos e da avaliação por equipe multiprofissional.

🌍 Benefícios para pessoas com TDAH reconhecidos no Brasil e no mundo.

Brasil: Programas de inclusão social, direito a adaptações escolares e profissionais, reserva de vagas para concursos públicos e acesso a tratamentos gratuitos em centros de referência.

Estados Unidos e Europa: Leis como o ADA (Americans with Disabilities Act) garantem direitos de acessibilidade educacional, suporte no trabalho e tratamento médico.

Organizações Internacionais: O TDAH é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma condição neurológica que exige suporte adequado para garantir qualidade de vida.

📣 Chamada Final:

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Eu sou Juliana Galhardi Martins, psicóloga e neuropsicóloga e especialista em Neuropsicologia.

CRP/06/76313