Sluggish Cognitive Tempo – Tempo Cognitivo Lento ou Simplemente Síndrome de Desengajamento Cognitivo

Sluggish Cognitive Tempo

  O Tempo Cognitivo Lento ou Sluggish Cognitive Tempo (SCT, na sigla em inglês) é uma condição neuropsiquiátrica pouco conhecida, mas que vem ganhando destaque na literatura científica nos últimos anos. Caracterizado por uma lentidão cognitiva persistente e incapacitante, o SCT se manifesta em indivíduos que apresentam dificuldades em manter a atenção e concentrar-se em tarefas que exijam esforço mental, também conhecido ou melhor, reconhecido como Síndrome de Desengajamento Cognitivo. Embora o SCT compartilhe algumas características com o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), como dificuldade de concentração e distração, ele difere do TDAH em vários aspectos importantes. Enquanto o TDAH é marcado por uma hiperatividade motora, impulsividade e comportamento desafiador, o SCT é caracterizado por uma lentidão cognitiva, fadiga mental e isolamento social.

Características em pessoas com SCT:

Itens de devaneio Devaneios Perde-se em seus pensamentos Cabeça na lua Parece perdido em uma névoa Olha fixamente para o espaço Itens de confusão mental Perde a linha de pensamento Dificuldade em colocar pensamentos Esquece o que ia dizer O pensamento se confunde Facilmente confuso Pensar é lento Itens de hipoatividade Facilmente cansado ou fadigado Baixo nível de atividade (sub-ativo) O comportamento é lento Sonolento ou sonolento durante o dia  

Diferença diagnóstica de TDAH X SCT:

 

TDAH – desatento

SCT (Síndrome de Desengajamento Cognitivo)

·      Deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido; ·      Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; ·      Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra; ·      Não segue instruções e não termina tarefas; ·      Tem dificuldades para organizar tarefas e atividades; ·      Evita se envolver em tarefas que exijam esforço mental constate; ·      Perde coisas; ·      Distração por estímulos alheios à tarefa; ·      Esquece compromissos; ·      Sonolência, mesmo com boa noite de sono; ·      Cansaço/Letargia (pouca energia); ·      Lentificação motora/Hipoatividade (último a terminar as atividades); ·      Dispersão/Distração (tão absorvido no próprio pensamento que não se envolve com a tarefa que está realizando); ·      Devaneios (perde-se em pensamentos, olhar perdido (vago), sonha acordado); ·      Confusão (confunde-se tentando seguir as instruções de uma atividade); ·      Linha de pensamento comprometido (esquece o que ia dizer); ·      Desaceleração do pensamento (leva mais tempo do que o esperado para responder às perguntas, mesmo quando está atendo); ·      Demora para tomar decisões ou fazer escolhas; ·      Atenção flutuante (lapsos de atenção). ·      Apatia e desmotivação; ·      Baixa iniciativa (principalmente se o desafio for difícil);

TABELA ELABORADA POR THOPSON, R.(2020).

  Ainda não se sabe ao certo o que causa o SCT, mas os estudos apontam para uma possível associação com alterações no fluxo sanguíneo cerebral e em neurotransmissores como a dopamina e noradrenalina. Alguns pesquisadores também sugerem que o SCT pode estar relacionado a traumas emocionais na infância, como negligência e abuso. As pessoas com SCT podem ter dificuldades em diversos aspectos da vida, como no trabalho, nos estudos e nas relações interpessoais. Elas podem sentir-se desmotivadas, desorganizadas e frustradas com a própria incapacidade de realizar tarefas simples. Além disso, o SCT pode afetar a autoestima e levar a quadros de ansiedade e depressão.  

Diagnóstico

O diagnóstico do SCT ainda é controverso e não há critérios diagnósticos definidos. No entanto, alguns profissionais da área de saúde mental começam a incluir o SCT em suas estimativas e tratamentos, sobretudo para pessoas que apresentam sintomas de TDAH, mas não respondem bem aos medicamentos usados ​​nesse transtorno. O diagnóstico de Tempo Cognitivo Lento (SCT) é um desafio para os profissionais da área de saúde mental, pois ainda não há critérios diagnósticos definidos e transtorno é pouco conhecido. No entanto, existem alguns critérios que podem ajudar a identificar a presença do SCT em uma pessoa. O primeiro passo para diagnosticar o SCT é realizar uma avaliação clínica detalhada, que inclui uma entrevista com o paciente e coleta de informações sobre a história clínica e os sintomas apresentados. É importante avaliar se o paciente apresenta sintomas de lentidão cognitiva, fadiga mental e dificuldades de concentração persistentes, o que significou significativamente a sua qualidade de vida. Outro aspecto importante a ser avaliado é a presença de sintomas de TDAH, já que o SCT é frequentemente confundido com esse transtorno. É importante avaliar se o paciente apresenta hiperatividade, impulsividade e comportamento desafiador, que não são características do SCT. Além da avaliação clínica, alguns testes neuropsicológicos podem ser úteis para avaliar a presença do SCT. O teste de Conexões Lentas, por exemplo, avalia a velocidade de processamento de informações e pode ser útil para diagnosticar o SCT em pacientes que apresentam sintomas de lentidão cognitiva. Por fim, é importante ressaltar que o diagnóstico do SCT ainda é controverso e não há critérios diagnósticos bem definidos. Por isso, é fundamental que o diagnóstico seja realizado por um profissional capacitado e que leve em consideração o quadro clínico e os médicos apresentados pelo paciente, para que o tratamento adequado possa ser prescrito.  

Tratamento

O tratamento do SCT ainda é incerto e não há medicamentos específicos para o transtorno. No entanto, algumas estratégias que ajudam a melhorar a atenção e a concentração podem ser úteis, como a terapia cognitivo-comportamental e o treino de habilidades sociais. Além disso, a organização das atividades desenvolvidas e a redução do estresse podem ajudar a diminuir os sintomas do SCT. A conscientização sobre o SCT vem aumentando, mas ainda é preciso mais estudos e divulgação sobre o transtorno, para que as pessoas possam entender melhor o que é o SCT e como ele afeta a vida de quem convive com ele. Afinal, quanto mais informação e empatia, mais fácil é para as pessoas com SCT lidar com suas dificuldades e encontrar estratégias para viver bem com o transtorno. O Síndrome de Desengajamento Cognitivo, também conhecido como Sluggish Cognitive Tempo (SCT), é um transtorno neuropsiquiátrico que afeta principalmente crianças e adolescentes. O SCT é caracterizado por sintomas como sonolência diurna excessiva, fadiga crônica, lentidão cognitiva, dificuldades de atenção, memória e processamento de informações, além de baixo desempenho escolar e problemas sociais. O diagnóstico do SCT é controverso, e ainda não foi incluído no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), no DSM-4-TR foi classificado como F90.9. No entanto, estudos recentes sugerem que o SCT pode ser uma condição distinta, com base em sua prevalência, comorbidade e características clínicas. A etiologia do SCT ainda é desconhecida, mas fatores genéticos, ambientais e psicossociais podem desempenhar um papel importante. Estudos recentes mostram que a disfunção do sistema nervoso central e a desregulação do neurotransmissor dopamina podem estar envolvidas no desenvolvimento do SCT. O tratamento do SCT é complexo e envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui terapia comportamental, psicoterapia, modificações do estilo de vida e, em alguns casos, medicação. No entanto, ainda há poucas opções de tratamento específico para o SCT. Embora o SCT seja frequentemente associado a transtornos do espectro do autismo e do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), estudos recentes sugerem que o SCT pode ser uma condição distinta, com características clínicas e neuropsicológicas diferentes. É importante ressaltar que a síndrome de desengajamento cognitivo pode afetar a qualidade de vida das pessoas suportadas, e que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente os sintomas e as perspectivas de vida. Por fim, é importante ressaltar que o SCT não deve ser encarado como uma fraqueza ou falta de vontade, mas sim como um transtorno neuropsiquiátrico que precisa de compreensão, apoio e tratamento adequado para que as pessoas possam viver com mais qualidade de vida.  

Referências Bibliográficas:

  • Becker, SP e cols. (2021). Ritmo Cognitivo Lento e Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: Fenômenos distintos ou Dois Lados da Mesma Moeda? Jornal da Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente, 60(3), 305-312.
  • McBurnett, K. et ai. (2020). Tempo cognitivo lento em crianças e adolescentes com TDAH: Correlatos clínicos e comorbidade. Journal of Attention Disorders, 24(9), 1239-1250.
  • Penny, AM et al. (2019). O ritmo cognitivo lento prediz o desempenho acadêmico além dos sintomas do TDAH: um estudo longitudinal. Journal of Abnormal Child Psychology, 47(3), 505-515.
  • Thopson, Rita (2020). TDAH e Sluggish (Tempo Cognitivo Lento) In Org. Edyleine Bellini Peroni Benezik. TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção/Hiperatividade): desafios, possibilidades e perspectivas interdisciplinares. Belo Horizonte: Artesã.
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