Introdução
O Transtorno Explosivo Intermitente é caracterizado por episódios recorrentes de explosões emocionais incontroláveis que envolvem agressão verbal ou física contra outras pessoas ou objetos. Esses episódios são frequentemente desproporcionais em relação à causa e podem resultar em danos significativos.
Precisamos falar sobre isso
O transtorno explosivo intermitente faz parte da categoria do Transtorno de controle de impulso, CID F63 (São caracterizados por atos repetidos, sem motivação racional clara, incontroláveis, e que vão em geral contra os interesses do próprio sujeito e aqueles de outras pessoas. O sujeito indica que seu comportamento está associado a impulsos para agir) abrange: O transtorno explosivo intermitente (TEI – comportamento explosivo), a cleptomania (roubo patológico), a piromania (colocar fogo em objetos, lugares e documentos), a tricotilomania (TTM – desejo incontrolável de arrancar cabelo), a escoriação ou dermatotilexomania (coçar, arranhar, cortar o corpo), o jogo patológico (compulsão em jogar sem recompensa eminente), as compras compulsivas (Oniomania – consumo exagerado sem necessidade), o tabagismo (fumar além do vício), a automutilação (cortar o corpo com prazer e fazer questão de esconder), a dependência química (dependência através de impulsos geradores de sensação de alívio), a dependência de internet/digital (perda de tempo com acessos e controles de acessos digitais e dispositivos conectados), o amor e ciúmes patológicos (sentimentos de controles tóxicos), transtorno hiper sexual (impulso sexual excessivo – dependência de sexo), transtorno de acúmulos (acumuladores) e dependência por comida (fome emocional).
O Transtorno Explosivo Intermitente é uma condição psiquiátrica que se caracteriza por episódios de explosões emocionais que envolvem agressão verbal ou física. Esses episódios são incontroláveis e muitas vezes desproporcionais em relação à causa. A pessoa com TEI pode sentir uma sensação de pressão ou tensão antes do episódio, que é aliviada somente após a explosão. Após o episódio, a pessoa pode sentir vergonha, arrependimento ou remorso.
Consequências
As consequências são: Os episódios de agressão do TEI podem ocorrer em qualquer ambiente, como em casa, no trabalho ou na rua. As explosões podem ser direcionadas a objetos ou pessoas, incluindo membros da família, amigos, colegas de trabalho ou estranhos. Os danos físicos e emocionais causados por esses episódios podem ser significativos e podem levar a problemas legais, financeiros e sociais.
O TEI é uma condição que pode afetar pessoas de todas as idades, mas geralmente começa a partir dos 6 anos de idade, na adolescência ou no início da idade adulta. Os fatores de risco para o desenvolvimento de TEI incluem histórico familiar de agressão, abuso físico ou emocional na infância, lesão cerebral traumática e transtornos psiquiátricos comórbidos.
O diagnóstico de TEI é baseado em critérios específicos, como a presença de pelo menos três episódios de explosão de agressão verbal ou física em um período de 12 meses. O tratamento para TEI pode incluir medicamentos, terapia cognitivo-comportamental e terapia de grupo. O objetivo do tratamento é ajudar a pessoa a desenvolver estratégias de manejo de raiva e habilidades de resolução de conflitos, além de prevenir episódios futuros de explosões de agressão.
Características
O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) é caracterizado por episódios repetidos de comportamento agressivo, impulsivo e explosivo, que não são premeditados e que estão fora do controle do indivíduo. Esses episódios geralmente são desproporcionais ao estressor que desencadeou a resposta, e podem resultar em danos físicos ou psicológicos para outras pessoas, bem como para o próprio indivíduo. Abaixo, serão descritas características populares de diagnóstico do TEI.
- Sintomas explosivos: O TEI é definido por episódios explosivos de comportamento agressivo que são desencadeados por estressores mínimos ou moderados. Esses episódios podem envolver agressão física, quebra de objetos, comportamento verbalmente abusivo ou até mesmo comportamento suicida. Os sintomas do TEI são distintos da raiva normal e são caracterizados por uma perda de controle completa, bem como pela desproporção entre o estressor e a resposta.
- Impulsividade: O TEI está frequentemente associado à impulsividade, o que significa que os indivíduos que sofrem do transtorno muitas vezes agem sem pensar, agindo de forma irrefletida e sem considerar as possíveis consequências de suas ações. Essa impulsividade pode levar a problemas significativos nas relações interpessoais, no trabalho ou na escola.
- Mudanças de humor: Pessoas com TEI frequentemente experimentam mudanças súbitas de humor, que podem incluir períodos de euforia seguidos de períodos de depressão ou irritabilidade. Essas mudanças de humor podem ser intensas e podem ocorrer rapidamente, sem nenhum motivo aparente.
- Fatores de risco: Embora a causa exata do TEI seja desconhecida, existem vários fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver o transtorno. Esses fatores de risco incluem histórico de abuso, negligência ou trauma na infância, bem como a presença de transtornos co-ocorrentes, como o transtorno de personalidade borderline, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro do autismo (TEA).
Diagnóstico e tratamento:
O diagnóstico do TEI é feito com base em uma avaliação clínica completa, incluindo uma entrevista com o paciente e com membros da família. Não existem testes laboratoriais ou exames de imagem que possam diagnosticar o TEI. O tratamento do TEI geralmente envolve uma combinação de terapia e medicamentos, dependendo da gravidade dos sintomas. A terapia comportamental cognitiva (TCC) é frequentemente utilizada para ajudar os indivíduos a aprender habilidades de controle da raiva e a identificar gatilhos para seus episódios explosivos. Os medicamentos também podem ser prescritos para ajudar a controlar os sintomas, como estabilizadores de humor, antidepressivos ou antipsicóticos.
De acordo com o PRO-AMITI (PROGRAMA AMBULATORIAL INTEGRADO DOS TRANSTORNOS DO IMPULSO (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), os critérios diagnósticos são:
A- A explosões de raiva característica do TEI são classificadas em dois tipos: “leves” ou “severas”. As chamadas explosões “leves” são ameaças, xingamentos, ofensas, gestos obscenos, ataque de objetos e agressões físicas sem lesão corporal. Elas precisam ocorrer com uma frequência média de 2 vezes na semana por um período mínimo de 3 meses.
As explosões mais severas são destruição de propriedade/patrimônio e ataques físicos com lesão corporal e precisam acontecer ao menos 3 episódios dentro do período de um ano.
B- A magnitude de agressividade expressa durante as explosões recorrentes é grosseiramente desproporcional em relação à provocação ou a quaisquer estressores psicossociais precipitantes.
C- As explosões de agressividade recorrente não são premeditadas (ou seja, são impulsivas e / ou decorrentes de raiva) e não têm por finalidade atingir algum objetivo tangível (por exemplo, dinheiro, poder, intimidação).
D- As explosões de agressividade recorrentes causam sofrimento acentuado ao indivíduo ou prejuízo no funcionamento profissional ou interpessoal ou estão associadas a consequências financeiras ou legais.
E- A idade cronológica é de pelo menos 6 anos (ou nível de desenvolvimento equivalente).
F- Os ataques agressivos não são devidos ao uso de substâncias (ex. álcool, drogas, medicamentos) e nem devido a qualquer outra condição psicológica (ex. transtorno depressivo maior, transtorno bipolar, transtorno psicótico, transtorno de personalidade antissocial, transtorno de personalidade borderline) ou médica (ex. traumatismo craniano, doença de Alzheimer)
