Sociedade do Espetáculo
Algumas mães também me perguntaram sobre Jogos eletrônicos e Internet e suas preocupações sobre vícios e procrastinações.
Então vou fazer um post sobre isso e aguardo a experiência inspiradora de vocês, para juntas evoluirmos e nos ajudarmos.
Sobre a Sociedade do Espetáculo
Quando você sabe quem você é, perder algo que você não tem, não deve ser um desastre. Mas quando você não sabe quem você é e quando a única coisa que você sabe fazer é viver sobre a famosa SOCIEDADE do ESPETÁCULO, você virá dependente uma vida inteira da voz de comando das pessoas pouco importantes, da influência de quem não sabe influenciar e do direcionamento e da importância que pessoas que nem sabem quem você é, validam quem você precisa ser. As redes sociais fazem isso. O Bullying faz isso. As violências fazem isso. Os abusos fazem isso.
Sempre que fazemos diagnósticos de indivíduos com indícios de Transtorno de Controle de Impulso, ou de avaliação para confirmação diagnóstica, não podemos esquecer de analisar: Níveis de impulsividades apresentados e os freios envolvidos nesse processo como: o afeto em suas emoções básicas como medo, tristeza, ansiedade e a instabilidade emocional.
As funções cognitivas que envolvem inteligência, memória e atenção.
As funções social e moral que inclui diretamente a empatia e todo seu desenvolvimento prático.
A evolução, as funções endócrinas, fisiológicas e neurológicas também são observadas.
A instabilidade afetiva, as falhas cognitivas, a deficiência empática, a impulsividade agressiva, a impulsividade hedônica (que estuda a felicidade e o prazer humano) e o desejo estão entre as avaliações e os diagnósticos que nos levam aos transtornos relacionados com regulação emocional, controle de regras e específicos como:
O transtorno explosivo intermitente (TEI – comportamento explosivo), a cleptomania (roubo patológico), a piromania (colocar fogo em objetos, lugares e documentos), a tricotilomania (TTM – desejo incontrolável de arrancar cabelo), a escoriação ou dermatotilexomania (coçar, arranhar, cortar o corpo), o jogo patológico (compulsão em jogar sem recompensa eminente), as compras compulsivas (Oniomania – consumo exagerado sem necessidade), o tabagismo (fumar além do vício), a automutilação (cortar o corpo com prazer e fazer questão de esconder), a dependência química (dependência através de impulsos geradores de sensação de alívio), a dependência de internet/digital (perda de tempo com acessos e controles de acessos digitais e dispositivos conectados), o amor e ciúmes patológicos (sentimentos de controles tóxicos), transtorno hiper sexual (impulso sexual excessivo – dependência de sexo), transtorno de acúmulos (acumuladores) e dependência por comida (fome emocional).
MINHAS EXPERIÊNCIAS
Em minhas experiências, ajudei a desenvolver vários projetos de escolas infantis. Também auxiliei no desenvolvimento da educação a distância, tanto em material didático até #universidades #corporativas completas.
Quando pensamentos em dependência tecnológica, não podemos deixar de entender como é o funcionamento do desenvolvimento infantil.
O desenvolvimento infantil compreende o desenvolvimento e crescimento social, cognitivo e emocional. Freud não atendeu criança, mas possui um estudo amplo sobre o desenvolvimento psicossexual. Para Freud, o desenvolvimento da criança se conclui até os cinco anos de idade.
A teoria psicossocial de Erikson acompanha o desenvolvimento em toda sua vida, na sua teoria, as mudanças, interações sociais e conflitos podem mudar a estrutura de desenvolvimento humano.
No desenvolvimento comportamental destacam-se as teorias de teóricos como John B. Watson, Ivan Pavlov e B. F. Skinner. Essas teorias lidam apenas com comportamentos considerados de observação, para eles, o desenvolvimento é considerado uma reação a recompensas, punições, estímulos e reforços.
Temos então a teoria de Piaget que retrata o desenvolvimento cognitivo, baseado em pensamento. Primeiro Piaget apresenta o desenvolvimento baseado na base motora e sensorial, passando a linguagem, estrutura mental e por fim as habilidades de pensamento lógico, raciocínio e sistêmico.
Passamos então para teoria do apego de Bowlby. Trabalhando as questões de desenvolvimento social onde os vínculos espelham segurança, reprodução de comportamento, cuidados e proteção.
Bandura desenvolveu a teoria do aprendizado social, onde motivação, instrução e método são bases desse desenvolvimento ao longo da vida.
Na teoria de Vygotsky, o aprendizado é um processo inerentemente social. Tendo a experiência a forma mais aplicativa para o sucesso do desenvolvimento do ser humano.
Até dois anos a criança precisa ser estimulada de forma comportamental e cognitiva para que não tenha atraso de desenvolvimento. Quando é submetida a uso intenso de objetos que demandam apenas estrutura comportamental, ou seja, não demanda estímulos para desenvolvimento sensório-motor, motor e cognitivo, a criança começa a desenvolver sutil dependência.
Mas quando começa essa dependência?
No útero.
Em pesquisa realizada em 2015, por Mahmoudabadi et. al., cujo título traduzido é o uso de celular durante a gravidez e o risco de aborto espontâneo (Clique aqui para acessar a pesquisa), mostram que as ondas magnéticas do celular são similares as ondas magnéticas de micro-ondas e o excesso de uso da tecnologia por horas, pode afetar o campo magnético pessoal da usuária gestante. Os autores sugerem mais estudos para validações de resultados posteriores, mas se levarmos em consideração que as ondas dos celulares podem afetar a saúde da gestante e do feto, poderá afetar também o desenvolvimento do feto.
Em outra pesquisa, Uso materno de telefone celular durante a gravidez e problemas de comportamento infantil em cinco coortes de nascimento, de Birks et. al., (2017), conclui que O uso do telefone celular materno durante a gravidez pode estar associado a um risco aumentado de problemas comportamentais, particularmente problemas de hiperatividade/desatenção, na prole.
Desde a década de 1990, a comunidade médica-cientifico vem alertando a população para dependência tecnológica.
Para se ter uma ideia real, com apenas 8 minutos de utilização de videogame, o cérebro já começa a liberar dopamina (neurotransmissor ou mensageiro químico que tem com função regular/controlar funções motoras, cognição, compensação, prazer, humor e algumas funções endócrinas (estimulação da excreção renal de sódio (em grande quantidade pode levar a agravamento do equilíbrio do estado mental, demência) e a diabetes insipidus (DI), complicação neurológica irreversível. Também pode ocorrer supressão da liberação de aldosterona, causando insuficiência cardíaca crônica e cirrose hepática, relaxamento do esfíncter esofágico (Refluxo) e retardo do esvaziamento do estômago (acúmulo de gordura), além de ser precursora de outros neurotransmissores: a norepinefrina e a epinefrina (adrenalina).
A dopamina também está relacionada com problemas como a esquizofrenia e a doença de Parkinson.
O uso excessivo de tecnologia diminui o desenvolvimento e a interação social e estimula a depressão.
Como balancear a utilização da tecnologia e de uma expectativa de vida saudável?
Usar a compensação. Para cada hora obrigatória de uso tecnológico, você dedica uma hora para uma realização pessoal. Para cada tempo dedicado a uma experiência que te leva a #dependência, dedica-se o mesmo tempo para uma experiência pessoal.
O grande ganho está em PRIMEIRO dedicar a sua vida pessoal e depois a tudo que é obrigatório ou te dá prazer. Mas a vida não precisará correr atrás do tempo que não volta para TENTAR dar certo.
O vício e o hábito andam juntos. Quem escolhe todos os dias, o resultado que deseja, é quem quer ganhar tempo, saúde e AUTORECONHECIMENTO.
Afinal, não podemos fazer pelo outro o que não fazemos por nós.
Caso tenha se identificado, compartilhe essa publicação com alguém que precisa de esclarecimento.
Juliana Galhardi Martins
IG: @julianagalhardimartins