Mitomania – CID11 6D10

mitomaniacid116d10 - saber sobre esse transtorno de personalidade muda vidas.
Transtornos de Personalidade

Transtorno de Personalidade – MITOMANIA

 

A mitomania, também conhecida como pseudologia fantástica ou mentira patológica, é um transtorno mental caracterizado pela compulsão em contar mentiras, mesmo quando não há motivo aparente para tal. As mentiras contadas pelos mitomaníacos podem ser elaboradas e convincentes, e geralmente são sobre eventos que os fazem parecer mais importantes, interessantes ou bem-sucedidos do que realmente são.

Características Essenciais:

  • Mentiras frequentes e repetitivas, sem benefício pessoal óbvio.
  • Histórias fantasiosas e exageradas, com detalhes vívidos e convincentes.
  • Ausência de sinais de intenção enganosa ou ganho pessoal.
  • Falta de consciência da gravidade do problema.
  • Dificuldade em discernir entre verdade e mentira.

 

Por ser um padrão de comportamento caracterizado pela tendência compulsiva de contar mentiras e fabricar histórias, sem necessariamente buscar um benefício claro ou evitar uma punição. Indivíduos com esse transtorno frequentemente criam narrativas exageradas sobre si mesmos, suas experiências ou conhecimentos, com o objetivo de impressionar, ganhar simpatia ou atenção, ou por outras razões psicológicas profundas ainda não totalmente compreendidas

 

Causas:

As causas da mitomania ainda não são completamente compreendidas, mas acredita-se que sejam multifatoriais, envolvendo fatores biológicos, psicológicos e sociais. Algumas das possíveis causas incluem:

  • Fatores biológicos:Predisposição genética, desequilíbrios neuroquímicos, traumas cranianos.
  • Fatores psicológicos:Baixa autoestima, necessidade de atenção, desejo de evitar punição, traumas de infância.
  • Fatores sociais:Pressão social para ser bem-sucedido, ambiente familiar disfuncional, experiências de abuso ou negligência.

Consequências:

A mitomania pode ter um impacto negativo significativo na vida pessoal, profissional e social do indivíduo. As mentiras constantes podem prejudicar a confiança, as relações interpessoais e a reputação. Além disso, o mitomaníaco pode sofrer de ansiedade, depressão e isolamento social.

Diagnóstico e Classificação nos Manuais Diagnósticos

No CID-10 (Classificação Internacional de Doenças, Décima Revisão), a mitomania pode ser enquadrada sob a categoria de “Outros Transtornos da Personalidade e do Comportamento Adulto” com o código F60.8. Essa classificação é ampla e inclui uma variedade de condições que não se enquadram nas categorias específicas de transtornos da personalidade.

No CID-11, que começou a ser implementado globalmente em janeiro de 2022, a mitomania pode ser considerada dentro do quadro de “Transtornos de Personalidade” sob o código 6D10. O CID-11 oferece uma abordagem mais nuanciada dos transtornos de personalidade, com ênfase na gravidade e nos traços específicos de personalidade, em vez de categorias fixas.

O DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição, Texto Revisado), um manual amplamente utilizado por profissionais de saúde mental nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, não lista a mitomania como um diagnóstico específico. No entanto, a condição pode ser considerada sob a categoria de “Transtorno de Personalidade por Evitação” ou “Transtorno de Personalidade Narcisista”, dependendo das características específicas e dos traços predominantes do indivíduo.

Referências Científicas

A literatura científica sobre mitomania é limitada, mas alguns estudos e artigos oferecem insights sobre a condição. Dike, C. C., Baranoski, M., e Griffith, E. E. (2005) no artigo “Pathological lying revisited” publicado no “Journal of the American Academy of Psychiatry and the Law”, discute a natureza da pseudologia fantástica e sua relação com outros transtornos psiquiátricos.

Outro artigo relevante é “Pseudologia Fantastica in the Emergency Department: A Case Report and Review of the Literature” de Yang, Y., e Richey, L. C. (2014), publicado no “Journal of Emergency Medicine”, que apresenta um caso clínico de mitomania e revisa a literatura existente sobre o tema.

Além disso, “The Phenomenology of the Lying Disorder” de King, B. H., e Ford, C. V. (1988), publicado no “Journal of Nervous and Mental Disease”, oferece uma análise detalhada do padrão comportamental da mitomania, incluindo suas características clínicas e diferenciações de outros transtornos.

A mitomania por ser uma condição complexa que ainda requer muita pesquisa para ser completamente compreendida. O tratamento pode ser desafiador, pois requer uma abordagem multidisciplinar que inclui terapia cognitivo-comportamental, acompanhamento psiquiátrico e, em alguns casos, medicação. A conscientização sobre a condição e a compreensão de suas nuances são fundamentais para o diagnóstico correto e o tratamento eficaz.

A pesquisa continua a evoluir, e a compreensão atual da mitomania como um fenômeno psicológico complexo sugere a necessidade de abordagens terapêuticas personalizadas, que considerem as circunstâncias individuais e as necessidades específicas de cada paciente.

A literatura científica sobre mitomania é vasta, destacando-se estudos que buscam compreender suas causas, mecanismos e tratamentos. Um artigo relevante é “The Phenomenology of the Lying Disorder” publicado na revista Psychiatry (Ed. J. Dike), que explora a experiência subjetiva e as consequências psicossociais da pseudologia fantástica. Este estudo destaca a complexidade do diagnóstico e a necessidade de abordagens terapêuticas personalizadas, considerando a intersecção da mitomania com outros transtornos psiquiátricos.

Outra pesquisa importante é “Pseudologia Fantastica: A Fascination for Lying” de Charles Dike, publicada no American Journal of Forensic Psychiatry, que analisa os aspectos forenses e as implicações legais da mitomania, discutindo casos em que a tendência a mentir teve significativas consequências jurídicas. Este artigo também ressalta a importância de estratégias de intervenção precoce e a necessidade de maior conscientização sobre a condição.

A pesquisa contínua é crucial para aprofundar nosso entendimento sobre as causas, manifestações e tratamentos mais eficazes para essa condição, bem como para desenvolver estratégias preventivas e de intervenção precoce que possam mitigar seu impacto na vida dos indivíduos afetados e de seus entes queridos.

O diagnóstico da mitomania é feito por um profissional de saúde mental, com base em uma avaliação clínica completa, que inclui:

  • Entrevista com o paciente e familiares.
  • Investigação de outros transtornos mentais.
  • Exames físicos e laboratoriais para descartar causas médicas.

Tratamento:

O tratamento da mitomania geralmente envolve psicoterapia, que pode ajudar o indivíduo a:

  • Compreender as causas do seu comportamento.
  • Desenvolver habilidades para lidar com suas emoções.
  • Aprender a dizer a verdade de forma honesta e assertiva.
  • Melhorar sua autoestima e autoconfiança.

Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para tratar sintomas como ansiedade ou depressão.

O tratamento da mitomania é complexo e multidisciplinar, envolvendo frequentemente a psicoterapia, especialmente abordagens cognitivo-comportamentais, que visam modificar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais. Em alguns casos, pode ser indicado o uso de medicação para tratar sintomas de transtornos concomitantes, como depressão ou ansiedade. A importância da terapia familiar e de grupo também é destacada, uma vez que a mitomania afeta significativamente as relações sociais e familiares do indivíduo.

Prognóstico:

O prognóstico da mitomania varia de acordo com a gravidade do transtorno e a adesão do indivíduo ao tratamento. Com tratamento adequado, a maioria dos pacientes pode aprender a controlar suas mentiras e melhorar sua qualidade de vida.

 

Em conclusão, a mitomania é um fenômeno complexo que desafia categorizações diagnósticas simples e exige uma abordagem terapêutica holística e personalizada.

 

Referências:

Palavras-chave: mitomania, mentira compulsiva, pseudologia fantástica, CID-10, CID-11, DSM-5-TR, tratamento, psicoterapia, medicamentos.

Juliana Galhardi Martins

A psicóloga Juliana Galhardi Martins é especialista em terapia cognitivo comportamental para vítimas de violência doméstica. Ela afirma que a TCC pode ajudar as pessoas a superar o trauma de uma relação abusiva, desenvolver a autoestima e construir relacionamentos saudáveis.

Especialistas como a psicóloga Juliana Galhardi Martins enfatizam a importância da identificação precoce dos sinais de uma relação abusiva. Reconhecer os padrões de comportamento abusivo é o primeiro passo para buscar ajuda e iniciar o processo de cura.

 

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